Atualidades de Saúde

“Prémio Inovação em Saúde – Todos pela Sustentabilidade” distingue oito projetos que estão a moldar o futuro da saúde em Portugal

Iniciativa da Sanofi, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e da NTT DATA Portugal distinguiu as melhores práticas em sustentabilidade social, ambiental, económica e na transformação digital do setor da saúde em Portugal.

Lisboa, 27 de novembro de 2025 – Foram ontem anunciados os vencedores da 2.ª edição do “Prémio Inovação em Saúde – Todos pela Sustentabilidade”, numa cerimónia que decorreu no Auditório João Lobo Antunes, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL). A iniciativa, promovida pela Sanofi, FMUL e pela NTT DATA Portugal, premiou os projetos que mais se destacaram pela sua contribuição inovadora para a sustentabilidade do sistema de saúde nacional.

Numa cerimónia que contou com a presença de Maria de Belém Roseira e Ana Povo, Secretária de Estado da Saúde, e perante uma plateia de especialistas e profissionais do setor, foram distinguidos os seguintes projetos:

Categoria Sustentabilidade Social:
Vencedor: Projeto iSIGHT – Inovação em Serviços Integrados Pré-Hospitalares de Tratamento Oftalmológico (Unidade Local de Saúde de Santa Maria; Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa).

Este projeto, pioneiro na Europa, visa implementar o primeiro centro de rastreio de glaucoma e retinopatia diabética totalmente integrado nos cuidados de saúde primários e baseado em Inteligência Artificial (IA). Utilizando um software de IA com elevada precisão, o iSIGHT permite a identificação precoce e eficiente destas doenças oculares, tendo demonstrado nos pilotos uma eficácia três vezes superior ao modelo de rastreio tradicional.

Categoria Sustentabilidade Ambiental:

Vencedor: Projeto EcoScan – Monitorização de consumos energéticos em Ressonância Magnética (Parceria entre Siemens Healthineers e Luz Saúde).

O projeto visa medir e reduzir o consumo energético de equipamentos de ressonância magnética em ambiente hospitalar e propõe-se a otimizar os fluxos de trabalho e a avaliar o impacto de software de reconstrução de imagem com IA, de forma a diminuir a pegada ambiental destes equipamentos essenciais.

Categoria Sustentabilidade na Transformação Digital:
Vencedor: Projeto Artificial Intelligence in Digestive Healthcare: See More, See Beyond, Decide Better (DIGESTAID – ARTIFICIAL INTELLIGENCE DEVELOPMENT, S.A.).

Criado a partir da necessidade de superar as limitações no diagnóstico de doenças digestivas, este projeto lidera o desenvolvimento de uma plataforma de IA. A DigestAID desenvolve soluções que abrangem múltiplas áreas da saúde digestiva, desde ferramentas para endoscopia e motilidade até algoritmos para cirurgia, com o objetivo de melhorar a precisão do diagnóstico e completar o espectro de cuidados aos doentes.

Nesta edição, o “Prémio Inovação em Saúde – Todos pela Sustentabilidade” fez também o convite aos estudantes do ensino superior, para participarem nas quatro categorias, com um painel de avaliação exclusivo para as candidaturas da nova geração. Os vencedores destacaram-se em duas categorias:

Categoria Sustentabilidade na Transformação Digital (estudantes):
Vencedor:
Projeto ConversAI (Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa).

Trata-se de uma plataforma inovadora que utiliza IA para simular Exames Clínicos Objetivos Estruturados (OSCEs), destinada à formação de estudantes de medicina. A ferramenta permite que os alunos interajam com doentes virtuais realistas, treinando as suas competências clínicas, de comunicação e de tomada de decisão num ambiente seguro e controlado.

Categoria Sustentabilidade Económica (estudantes):
Vencedor: Projeto AIDrug4Sustainability – Inteligência artificial para o desenho e produção sustentável de fármacos (Gulbenkian Institute for Molecular Medicine).

Este projeto foca-se no desenvolvimento de uma nova abordagem para o tratamento do cancro da mama, utilizando IA para desenhar proteínas terapêuticas inovadoras. Ao contrário dos tratamentos atuais, dispendiosos e de produção complexa, esta tecnologia permite criar fármacos de forma mais eficiente e sustentável, representando um avanço económico e de saúde na biotecnologia.

Foram ainda atribuídas três Menções Honrosas:
Na categoria Sustentabilidade Social, o projeto Mobile Kitchen Lab (Município de Benavente) foi distinguido pela sua abordagem inovadora na promoção de hábitos alimentares saudáveis, levando educação culinária prática a jovens em idade escolar.

Na categoria Sustentabilidade na Transformação Digital, foram ainda atribuídas duas menções honrosas. Uma ao projeto Mesa Interactiva para Reabilitação e Promoção de Competências (Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação), por desenvolver uma solução de realidade virtual com jogos sérios para a reabilitação de sobreviventes de AVC.

A outra menção honrosa foi para um estudante, também na categoria Sustentabilidade na Transformação Digital, com o projeto Advancing Patient-Centered Rehabilitation Care with eHealth (Serviço de Medicina Física e de Reabilitação da ULS de Gaia e Espinho e Faculdade de Medicina da Universidade do Porto), pela aplicação de tecnologias digitais como a plataforma SIMPLI.REHAB para modernizar a reabilitação.

Os vencedores foram selecionados por um júri de renome, presidido por Maria de Belém Roseira, que avaliou as candidaturas com base no seu mérito, inovação e potencial de impacto.

Durante o evento, foram também apresentados os resultados da 2.ª edição do Barómetro de Inovação Clínica em Portugal, que amplia o horizonte de análise iniciado em 2024, ao integrar pela primeira vez as faculdades de medicina – com Direções e Associações de Estudantes – na análise dos Centros de Investigação Clínica (CIC), permitindo uma leitura mais abrangente do panorama português. No total, o estudo envolveu 48 instituições clínicas e 10 faculdades de medicina, o que reforça a capacidade de diagnóstico do ecossistema. Os resultados revelam que o futuro da inovação em saúde em Portugal assenta numa dupla transformação, que é simultaneamente organizacional e humana. Em concreto, os CIC precisam de ser mais autónomos, digitalizados e eficientes; e os médicos têm de ver incluídos nos seus currículos formativos módulos que os capacitem para trabalhar com tecnologias digitais, ciência de dados e novas abordagens clínicas.

A conclusão é clara: para que Portugal se afirme como uma referência em investigação clínica, é fundamental que o investimento na modernização das estruturas seja acompanhado por uma aposta igualmente forte na formação e capacitação dos seus profissionais e futuros profissionais.

A cerimónia incluiu ainda um painel de discussão sobre o futuro da IA na saúde e uma conferência de abertura sobre o mesmo tema, reforçando o compromisso das entidades organizadoras com os temas mais prementes do setor, tendo terminado com a participação de Maria de Belém Roseira e Ana Povo, Secretária de Estado da Saúde, que reforçaram que apostar na investigação e na inovação é um investimento no futuro da saúde no nosso país, pois um país que valoriza a ciência está mais bem preparado para enfrentar os desafios do amanhã com confiança e resiliência.

Aceda a toda a informação sobre o Prémio Inovação em Saúde – Todos pela Sustentabilidade em: Prémio Inovação Em Saúde

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